segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Virgindade!

O que é ser virgem?!

Esta pergunta parece fácil, mas é muito difícil de ser respondida, mexe com nossos valores, com nossa maneira de pensar e agir com os outros e com nós mesmos.
Virgem é um termo freqüentemente usado para se referir a uma pessoa do sexo feminino que nunca teve uma relação sexual com penetração vaginal. E que, portanto, possui intacto seu hímen. Mas, e as garotas que já fizeram sexo oral, anal ou outro tipo de relação e que possuem intactos seus himens? O que você acha, são virgens?
Vamos relembrar um pouquinho. A origem deste termo é religiosa e foi criado com o objetivo de inibir a atividade sexual da mulher, garantindo no casamento a legitimidade dos filhos. Pregou-se que a mulher que se mantivesse virgem até o casamento e depois se mantivesse fiel ao marido era digna e honrada. Essa norma social era importante pois garantia que somente os filhos legítimos do homem seriam herdeiros dos bens do casal. Naquela época os casamentos eram arranjados e muitas vezes o mais forte era o interesse econômico, não o amor. A virgindade também reforça o estado de desigualdade das mulheres em nossa cultura, onde se estabelece que o homem pode e deve ser experiente no sexo enquanto a mulher deve se manter “pura” e pouco experiente. Você acha que isto ainda acontece nos dias de hoje? Qual é a importância para você se uma pessoa é virgem ou não?

A virgindade é perdida na primeira relação?

Se estivermos falando do rompimento do hímen, às vezes sim, às vezes não. Existem vários tipos de hímen, um deles, chamado complacente, tem uma membrana mais resistente e flexível que não rompe na primeira relação.
Deixar de ser virgem não tem a ver somente com romper o hímen, mas é encarar uma experiência nova, abrir novas possibilidades, viver novos prazeres e novos riscos também. O importante nesta hora é estar segura/o sobre a opção de iniciar uma vida sexualmente ativa.

Dói e sangra perder a virgindade?

Vai depender do tipo de hímen e das condições em que acontecer a relação. O hímen normalmente é uma membrana fina, perfurada, por onde passa a menstruação. É pouco vascularizado e biologicamente não tem função, a sociedade é que inventa mil coisas. Porém, se o rompimento se der exatamente no local onde passa um vaso sangüíneo, poderá sangrar um pouco.

É importante que tanto o homem quanto a mulher saibam que a primeira relação não precisa doer ou sangrar. Durante o ato sexual, a vagina relaxa e aumenta para receber o pênis e quanto mais excitada a mulher estiver, mais lubrificada a vagina vai ficar. Muitas vezes, a tensão do momento e o lugar onde se está não ajudam a relaxar e o “clima” impede que a mulher se prepare para a penetração. Carinho, sentir que é a hora certa, estar com vontade e confiar no parceiro ajudam muito a não doer.
Como foi a sua primeira vez? Ou como você gostaria que fosse? Essas perguntas também são para os homens!

(Esta gravura foi retirada do livro "Sexo Para Adolescentes" de Marta Suplicy; editora: FTD)


É possível engravidar na primeira relação?

Sim, se você estiver no período fértil é provável que engravide. Tanto faz se é a primeira ou a vigésima vez: esperma + óvulo = gravidez. E lembre-se do vírus da AIDS (HIV)! Qualquer pessoa pode ter o vírus, inclusive alguém que amamos. Portanto, não esqueça a camisinha, que evita gravidez indesejada, DST e HIV. Fique ligado!

As garotas ainda valorizam a virgindade?

Não somente elas, mas muitos garotos e pessoas adultas. Como vimos, a idéia da virgindade surgiu há muito tempo atrás e está associada a valores religiosos e questões econômicas. Nossa cultura já mudou muito de lá para cá, mas ainda carregamos muitas dúvidas, medos, inseguranças, contradições que são naturais, dos quais não precisamos ter vergonha. É comum encontrar garotos que querem transar, mas que desejam casar com uma menina virgem ou pouco experiente.
O importante é que cada um saiba o porquê, como e com quem quer ter sua primeira relação sexual. Que os dois possam conversar respeitando os sentimentos e inseguranças do outro. Que este momento seja de cada um e a decisão não seja tomada sob pressão, por medo de perder ou não agradar o/a namorado/a.
Virgindade nada diz sobre o caráter de uma pessoa, sobre sua honra ou dignidade.

Por que os homens não podem ser virgens?

Quem diz que não podem? A turma? Os familiares que cobram uma namorada?
Assim como a sociedade exige a virgindade das garotas; dos meninos, ela exige exatamente o contrário. Isto é, têm que transar para provar que são homens, que são “machos”. Essa pressão só atrapalha, pois é preciso respeitar o desejo e o momento de cada um. Muitos garotos que ainda são virgens dizem querer esperar a hora certa, querem transar com quem gostam e os atraem. Querem decidir sobre este momento sem pressão. E isso é o que importa!

Mulher virgem pode engravidar?

Pode!!! Você conhece a história de “gozar nas coxas”. Os espermatozóides possuem a capacidade de nadar em meio líquido se deslocando para o interior da vagina. Existem muitos casos de garotas virgens grávidas porque os rapazes gozaram na “portinha”, perto da entrada da vagina.


sexta-feira, 7 de novembro de 2008

Menina-mulher

Texto de: Gerson Abarca - Psicólogo

Quando chega a primeira menstruação de uma menina, a sociedade a promove no status de mulher. Independentemente da idade, se aos nove anos, de forma precoce, ou se aos dezesseis, um pouco mais tardio, vira mulher.

Um status de gente adulta para um corpo de criança ou adolescente. Conseqüentemente uma pressão social na qual a menina na sua primeira menstruação não está estruturada para assumir.

Até então brincava, pensava sem muita malícia, levava as broncas dos pais por ter um corpo desenvolvido e uma mente proporcional à sua idade. Passa a ser alvo do assédio sexual, do jogo publicitário que transformou a referência de beleza corpórea feminina, no tipo menininhas com tudo em cima, sem estrias, sem flacidades. Sonho de consumo sexual masculino são corpos em desenvolvimento, de meninas na flor em forma de botão.

Cultura recontada e perpassada, as meninas bem cedo tendem a se preocupar demasiadamente com questões e pensamentos que estão fora das suas necessidades psicoafetivas da faixa etária. Buscam se identificar rapidamente com a identidade das mulheres com desenvolvimento de imagem impecável, tipo atrizes, modelos de sucesso e profissionais bem sucedidas. Mas no cotidiano vão se deparando com as mulheres normais, aquelas Marias que precisam a cada dia conquistar espaço, superar o machismo e preconceitos, driblar a violência do masculino como fez Maria da Penha que virou lei de proteção às mulheres. As mães, professoras, empregadas domésticas, vendedoras, trabalhadoras no geral, e esposas também; são estas as verdadeiras mulheres que as meninas que viraram mulheres pela primeira menstruação vão encontrar.

O choque de realidade, entre a fantasia perpassada pelo marketing nas barbies da vida e nas bem sucedidas das novelas, com àquelas que estão no seu convívio natural gera a frustração. Como no passado os traumas da primeira menstruação estavam na repressão educacional do não dito pelos pais, pegando de surpresa as meninas quando do dia da primeira menstruação, como são as muitas histórias traumáticas em que a cena do “sangramento” era associado a um ferimento. Agora o trauma do confronto com a realidade, o tão esperado momento que as elevaram para o status de mulher, nada mais é do que castelo de areia construído pela publicidade infanto-juvenil contaminada na mídia comercial.

E elas continuarão sonhando com príncipes, mesmo menstruando.


Meninos virando homens

Texto de: Gerson Abarca - Psicólogo

Imagine um garoto de sete anos, tendo em seu quarto uma T.V. com sistema de canal aberto. À noite, quando seus queridos pais estão dormindo, ele liga a T.V. e começa a clicar no controle remoto, até se deparar com programas sexuais de canais que após meia noite, estão contaminados de filmes sexuais. Ano após ano, o menino bem precocemente começa a prática da masturbação, não agüenta, pois está com a mente impregnada de cenas sexuais. Projeta-se no futuro na perspectiva de virar homem, para poder com muita virilidade apoderar-se de uma mulher e dar vazão para seu gozo genital.

Sem perceber, os pais autorizam esta prática televisiva, pois em momento algum se preocuparam de ver o que o filho estava assistindo. Uma preocupação os pais tinham, o menino estava cada dia mais ansioso, a escola alertando que nas primeiras aulas da manhã só dormia e seu vocabulário altamente genitalizado.

Aos doze anos, precocemente ejacula, mas para conseguir esta proeza, precisava de muita prática masturbatória. Não podia ver meninas de saia curta, logo ficava excitado, tipo “cara de tarado”.

Ao começar a ejacular, imaginou-se homem, capaz de conduzir seus pensamentos. Investiu pesado na busca de atividade sexual, até que um dia, já aos treze anos realizou seu maior sonho, a primeira relação sexual, na sua cama, em uma tarde de domingo, com os pais em casa assistindo ele futebol, ela programa de auditório.

Virou realmente homem, e nenhuma regra ele conseguia aceitar. Seu desempenho educacional já amargava duas repetências e desesperados os pais chegam para um processo psicodiagnóstico.

Ser homem nesta identidade construída por este jovem, desde sua infância, com autorização dos pais, estava associado com o poder da virilidade e com a capacidade de pegar uma mulher. Um sonho que ao se cruzar com a realidade cai no vazio de quem só tem o desejo fantasioso, mas não possui estrutura para sustentá-lo.

Na nossa cultura, ser homem é poder provar a força do genital. Virar homem é sentir que a virilidade é realizada, é gozar.

E eles continuam pensando que a honra de um homem está no tamanho de um pênis e na capacidade de pegar o maior número de mulheres para uma relação sexual. Mas os fracassos vão provando que este caminho é a sustentação de um falso self. Puro jogo de uma publicidade de consumo.


quinta-feira, 6 de novembro de 2008

DST - Doenças Sexualmente Transmissíveis

As Doenças Sexualmente Transmissíveis (DST) são doenças causadas por vários tipos de agentes. São transmitidas, principalmente, por contato sexual sem o uso de camisinha, com uma pessoa que esteja infectada e, geralmente, se manifestam por meio de feridas, corrimentos, bolhas ou verrugas.

Algumas DST são de fácil tratamento e de rápida resolução. Outras, contudo, têm tratamento mais difícil ou podem persistir ativas, apesar da sensação de melhora relatada por pacientes. As mulheres, em especial, devem ser bastante cuidadosas, já que, em diversos casos de DST, não é fácil distinguir os sintomas das reações orgânicas comuns de seu organismo. Isso exige da mulher consultas periódicas ao médico. Algumas DST, quando não diagnosticadas e tratadas a tempo, podem evoluir para complicações graves e até a morte.

O tratamento tem como principal objetivo interromper a cadeia de transmissão da enfermidade. O atendimento e o tratamento de DST são gratuitos nos serviços de saúde do SUS.

As DST são o principal fator facilitador da transmissão sexual do vírus da aids, pois feridas nos órgãos genitais favorecem a entrada do HIV.

O uso de preservativos em todas as relações sexuais é o método mais eficaz para a redução do risco de transmissão, tanto das DST quanto do vírus da aids.

Outras formas de contágio
Algumas DST também podem ser transmitidas da mãe infectada para o bebê durante a gravidez ou durante o parto. Podem provocar, assim, a interrupção espontânea da gravidez ou causar graves lesões ao feto.

Outras DST podem também ser transmitidas por transfusão de sangue contaminado ou compartilhamento de seringas e agulhas, principalmente no uso de drogas injetáveis.


Conheça as principais DST

AIDS

Síndrome (uma variedade de sintomas e manifestações) causada pela infecção do organismo humano pelo HIV (vírus da imunodeficiência adquirida, traduzido do inglês Human Immunodeficiency Virus). O HIV compromete o funcionamento do sistema imunológico humano, impedindo-o de executar adequadamente sua função de proteger o organismo contra as agressões externas, tais como: bactérias, outros vírus, parasitas e células cancerígenas.
Mesmo apresentando resultado positivo para a infecção pelo HIV, um indivíduo pode não estar com a aids. A aids representa o estágio mais avançado da infecção pelo HIV, quando o sistema imunológico já se encontra bastante comprometido e surgem determinadas infecções, conhecidas como doenças oportunistas.

Sintomas
A infecção pelo HIV é um processo de longa duração que passa por diferentes estágios. A duração e a gravidade de cada estágio dependem de vários fatores relacionados tanto ao vírus quanto ao indivíduo infectado e apresenta sintomas diferentes. O tempo entre a exposição ao HIV e o início dos sinais e sintomas, em geral, varia de cinco dias a três meses. As manifestações podem resultar em gripe persistente, perda de peso progressiva, diminuição da força física, febre intermitente, dores musculares, suores noturnos, diarréia, entre outras reações. Quando a infecção pelo HIV já está avançada, começam a aparecer doenças oportunistas, tais como: tuberculose, pneumonia, diarréia crônica.

Formas de Contágio
Contato sexual desprotegido com pessoa soropositiva; contato direto com sangue contaminado (que inclui compartilhamento de agulhas para injeção de drogas; transfusões de sangue e/ou hemoderivados; acidentes com materiais biológicos, ocupacionais ou não, que gerem contato direto destes com mucosas, com pele lesionada ou ferida e com tecidos profundos do corpo, permitindo o acesso à corrente sangüínea); da mãe portadora do HIV para o filho, durante a gestação, o parto ou pelo aleitamento.

Prevenção
Na transmissão sexual, recomenda-se a prática do sexo seguro (relação monogâmica com parceiro HIV negativo e uso de preservativo em todas as relações sexuais). Na transmissão pelo sangue, recomenda-se cuidado no manejo de sangue (uso de seringas descartáveis, exigir que todo sangue a ser transfundido seja previamente testado para a presença do HIV, uso de luvas quando estiver manipulando feridas ou líquidos potencialmente contaminados). Não há, no momento, vacina efetiva para a prevenção da infecção pelo HIV.

Tratamento
A aids ainda não tem cura e caso não seja tratada, ou seja tratada de maneira inadequada, pode resultar em morte. O tratamento da aids é feito com medicamentos anti-retrovirais, drogas que inibem a reprodução do HIV no sangue. A associação desses medicamentos é popularmente conhecida como "coquetel". Também faz parte do tratamento contra a aids o controle do avanço da doença, feito por meio dos testes realizados regularmente de acordo com o pedido da equipe médica. Com a terapia anti-retroviral tem-se melhorado a qualidade de vida em todos os estágios da infecção e ampliado a sobrevida das pessoas portadoras do HIV. As doenças oportunistas são, em sua maioria, tratáveis, mas há necessidade de uso contínuo de medicações para o controle dessas manifestações.


CANCRO MOLE

Pode ser chamada também de cancro venéreo. Popularmente é conhecida como cavalo. Manifesta-se através de feridas dolorosas com base mole.
Os primeiros sintomas aparecem dois a cinco dias após relação sexual desprotegida com portador da doença, período que pode se estender até duas semanas.

Sinais e Sintomas
No início, surgem uma ou mais feridas pequenas com pus. Após algum tempo, forma-se uma ferida úmida e bastante dolorosa, que se espalha e aumenta de tamanho e profundidade. A seguir, surgem outras feridas em volta das primeiras. Após duas semanas do início da doença, pode aparecer um caroço doloroso e avermelhado (íngua) na virilha, que chega a prender os movimentos da perna, impedindo a pessoa de andar. Essa íngua pode abrir e expelir um pus espesso, esverdeado, misturado com sangue. Nos homens, as feridas, em geral, localizam-se na ponta do pênis. Na mulher, ficam, principalmente, na parte externa do órgão sexual e no ânus e mais raramente na vagina (ressalte-se que a ferida pode não ser visível, mas provoca dor na relação sexual e ao evacuar).
A manifestação dessa doença pode vir acompanhada de dor de cabeça, febre e fraqueza.

Formas de contágio
Transmitido pela prática de sexo (vaginal, anal ou oral) desprotegido com pessoa contaminada.

Prevenção
Como o contágio é feito pela prática sexual, a melhor forma de prevenir-se contra o cancro mole é fazer uso do preservativo em todas as relações sexuais. Cuidar bem da saúde e da higiene também são formas de prevenção.

Tratamento
O cancro mole é tratado com medicamentos à base de antibióticos, sabonetes e loções. Além do tratamento, deve-se realizar intensa higiene local. Deve ser indicada a abstinência sexual até a conclusão do tratamento. É recomendado o tratamento dos parceiros sexuais, em qualquer circunstância, pela possibilidade de existirem portadores que não manifestem sintomas.

GONORRÉIA

A gonorréia é a mais comum das DST. Também é conhecida pelo nome de blenorragia, pingadeira, esquentamento. Nas mulheres, essa doença atinge principalmente o colo do útero.

Sinais e Sintomas
Entre dois e oito dias após relação sexual desprotegida, a pessoa passa a sentir ardência e dificuldade para urinar. Às vezes, pode-se notar um corrimento amarelado ou esverdeado - até mesmo com sangue - que sai pelo canal da urina, no homem, e pela vagina, na mulher.
A clamídia também é uma DST muito comum e apresenta sintomas parecidos com os da gonorréia, como, por exemplo, corrimento parecido com clara de ovo no canal da urina e dor ao urinar. As mulheres contaminadas pela clamídia podem não apresentar nenhum sintoma da doença, mas a infecção pode atingir o útero e as trompas, provocando uma grave infecção. Nesses casos, pode haver complicações como dor durante as relações sexuais, gravidez nas trompas (fora do útero), parto prematuro e até esterilidade.

Formas de contágio
A principal forma de transmissão da gonorréia é por meio de relação sexual com pessoa infectada, seja essa relação oral, vaginal ou anal, sem o uso de preservativo. Mesmo sem apresentar sintomas, as mulheres contaminadas transmitem a bactéria causadora da doença. Pode ocorrer também, durante o parto, transmissão da mãe contaminada para o bebê. Caso esse tipo de transmissão aconteça, corre-se o risco de o bebê ter os olhos gravemente afetados, podendo levar à cegueira.

Prevenção
Usar camisinha masculina ou feminina nas relações sexuais vaginais e orais. Além da camisinha masculina ou feminina, usar lubrificantes à base de água (KY, Preserv Gel) nas relações sexuais anais.
É recomendado realizar sempre o auto-exame, observando os próprios órgãos genitais e vendo se a cor, aparência, cheiro e a pele estão saudáveis.

Tratamento
Caso não sejam tratadas, essas DST podem provocar esterilidade, atacar o sistema nervoso (causando meningite), afetar os ossos e o coração.
Atenção: corrimentos são muito comuns em mulheres. Portanto, sua ocorrência não significa, necessariamente, sinal de DST. O médico poderá fazer seu correto diagnóstico e indicação de tratamento adequado.

OFTALMIA NEONATAL
É definida como uma conjuntivite do recém-nascido que apresenta pus. Surge no primeiro mês de vida, usualmente contraída durante o seu nascimento, a partir do contato com secreções genitais maternas contaminadas. A oftalmia neonatal pode levar à cegueira, especialmente quando causada pela N. gonorrhoeae. Os agentes etiológicos mais importantes são: Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia trachomatis.

Sinais e Sintomas
Geralmente o recém-nascido é trazido ao serviço de saúde por causa de eritema e inchaço das pálpebras, e/ou existência de secreção nos olhos. Conjuntivite severa que se desenvolva na primeira semana de vida é, mais provavelmente, de origem gonocócica. A conjuntivite por clamídia é bem menos severa, e o seu período de incubação varia de 5 a 14 dias.
Os achados objetivos incluem:
- secreção, que pode ser purulenta;
- eritema e edema da conjuntiva; e
- edema e eritema das pálpebras.

Prevenção
A profilaxia ocular, no período neonatal, deve ser feita rotineiramente com:
- Nitrato de prata a 1% (Método de Credè), aplicação única, na 1ª hora após o nascimento,

Tratamento
Estando disponível apenas o diagnóstico clínico, toda oftalmia neonatal deve receber tratamento para gonococo (principalmente) e clamídia. A mãe e seu(s) parceiro(s) devem sempre ser tratados para gonorréia e infecção por clamídia, e serem submetidos a exame genital e exame sorológico para sífilis e anti-HIV, após aconselhamento.
A oftalmia neonatal pode ser classificada como gonocócica ou não gonocócica. Quando houver condições para o estabelecimento desse diagnóstico pelo esfregaço corado (azul de metileno ou Gram), deve-se fazer o tratamento específico.

Tratamento da oftalmia neonatal gonocócica
A oftalmia gonocócica precisa ser tratada imediatamente, para prevenir dano ocular. A conjuntivite pode ser, também, um marcador de uma infecção neonatal generalizada.
- Devem ser instituídos procedimentos de isolamento do caso, quando em instituições, para prevenir a transmissão da infecção, terapia específica.

Tratamento da oftalmia neonatal não gonocócica
Não há evidência de que a terapia tópica ofereça benefício adicional, neste caso.


HERPES

É uma doença que aparece e desaparece sozinha, de tempos em tempos, dependendo de certos fatores como estresse, cansaço, esforço exagerado, febre, exposição ao sol, traumatismo e menstruação. Nas mulheres, o herpes pode também se localizar nas partes internas do corpo. Uma vez infectada pelo vírus da Herpes simples, a pessoa permanecerá com o vírus em seu organismo para sempre.

Sinais e Sintomas
Manifesta-se através de pequenas bolhas localizadas principalmente na parte externa da vagina e na ponta do pênis. Essas bolhas podem arder e causam coceira intensa. Ao se coçar, a pessoa pode romper a bolha, causando uma ferida.

Formas de contágio
O herpes genital é transmitido por meio de relação sexual (oral, anal ou vaginal) desprotegida (sem uso da camisinha). Essa doença é bastante contagiosa e a transmissão ocorre quando as pequenas bolhas, que se formam durante a manifestação dos sintomas, se rompem, ocasionando uma ferida e eliminando o líquido do seu interior. Esse líquido, ao entrar em contato com mucosas da boca ou da região ano-genital do parceiro, pode transmitir o vírus. Raramente a contaminação se dá através de objetos contaminados.

As feridas desaparecem por si mesmas. Após algum tempo, porém, o herpes pode reaparecer no mesmo local, com os mesmos sintomas. Enquanto persistirem as bolhas e feridas, a pessoa infectada estará transmitindo a doença. Na presença dessas lesões, a pessoa deve abster-se de relações sexuais, até que o médico as autorize.

Prevenção
Uso de preservativo em todas as relações sexuais, vaginais, orais e anais.

Tratamento
A herpes é altamente transmissível. Por isso, a primeira orientação aos pacientes sempre diz respeito aos cuidados locais de higiene: lavar bem as mãos, evitar contato direto com outras pessoas e não furar as bolhas sob nenhum pretexto são recomendações importantes.

O tratamento é feito com medicamentos antivirais, por via oral e tópica, e tem como objetivo encurtar a duração dos sintomas, prevenir as complicações e diminuir os riscos de transmissão, pois o vírus não pode ser completamente eliminado.


SÍFILIS

É uma doença infecciosa causada pela bactéria Treponema pallidum. Manifesta-se em três estágios: primária, secundária e terciária. Os dois primeiros estágios apresentam as características mais marcantes da infecção, quando se observam os principais sintomas e quando essa DST é mais transmissível. Depois, ela desaparece durante um longo período: a pessoa não sente nada e apresenta uma aparente cura das lesões iniciais, mesmo em casos de indivíduos não tratados. A doença pode ficar, então, estacionada por meses ou anos, até o momento em que surgem complicações graves como cegueira, paralisia, doença cerebral, problemas cardíacos, podendo inclusive levar à morte.

Sinais e Sintomas
A sífilis manifesta-se inicialmente como uma pequena ferida nos órgãos sexuais (cancro duro) e com ínguas (caroços) nas virilhas, que surgem entre a 2ª ou 3ª semana após a relação sexual desprotegida com pessoa infectada. A ferida e as ínguas não doem, não coçam, não ardem e não apresentam pus. Após um certo tempo, a ferida desaparece sem deixar cicatriz, dando à pessoa a falsa impressão de estar curada. Se a doença não for tratada, continua a avançar no organismo, surgindo manchas em várias partes do corpo (inclusive nas palmas das mãos e solas dos pés), queda de cabelos, cegueira, doença do coração, paralisias. Caso ocorra em grávidas, poderá causar aborto/natimorto ou má formação do feto.

Transmissão da sífilis
A sífilis pode ser passada de uma pessoa para outra por meio de relações sexuais desprotegidas (sem preservativos), através de transfusão de sangue contaminado (que hoje em dia é muito raro em razão do controle do sangue doado), e durante a gestação e o parto (de mãe infectada para o bebê).

Prevenção
Como não há perspectiva de desenvolvimento de vacina, em curto prazo, a prevenção recai sobre a educação em saúde: uso regular de preservativos, diagnóstico precoce em mulheres em idade reprodutiva e parceiros, e realização do teste diagnóstico por mulheres com intenção de engravidar.

Tratamento
O tratamento mais indicado para a sífilis é a utilização do mais antigo dos antibióticos: a penicilina. O maior problema do tratamento é o seu diagnóstico, visto que a sífilis pode ser confundida com muitas outras doenças. Os pacientes devem evitar ter relação sexual até que o seu tratamento (e do parceiro com a doença) se complete. A gestante deve realizar controle de cura mensal.

Se não tratada, a sífilis progride, torna-se crônica e pode comprometer várias partes do corpo ou levar à morte.

Síflis congênita
A sífilis congênita é resultado da infecção do feto pelo Treponema pallidum, bactéria causadora da sífilis, através da placenta.